quinta-feira, 25 de março de 2010

tudo o que me pedes



Edson Bueno de Camargo


se tudo o que me pedes
é meu olho
ainda quente
sobre a palma rósea
desta mão de luas novas
(e gelo orgânico )


deixa ao menos
que veja o Sol se quebrando
sobre as costas azuis das montanhas
entre frestas rutilantes
das entranhas da luz

desde teus cílios
molhados pelo orvalho
a correr sob as pálpebras
de ágata leitosa

este majestoso fogo
em espectros de infra-vermelho
desta gigante agonizante em tua íris

ah! mãe dos deuses
(das mulheres de ventre de barro e lava ardente)
que me reste agora a escuridão
de antes de ter nascido
do mar salgado de tuas vestes

eis que voltamos sempre
ao lugar que em êxtase e dor
nos gerou

7 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Caro Edson, sempre visito sua "lagarta de fogo" com prazer e alegria. Mais que ler, aprendo. Abraços, Pedro.

José Carlos Brandão disse...

O eterno retorno?

Por que escrevemos poesia? Para que se faça a luz.

Abraços.

Erres Errantes disse...

http://erreserrantes.blogspot.com/

Aguardamos sua visita!

Álvaro Andrade disse...

o eterno (re)nascimento...

obrigado pelas palavras. bacana aqui também.

Abraço.

Rafael Medeiros disse...

Acabo de ler a entrevista. Falaste em nome de todos os filhos de Cassandra, os que trazem na fronte a marca de Caim.
É isso aí, vamos carcomer esse mito de que a poesia morreu com Drummond, vamos descentralizar esse troço!
Estou sempre sorvendo teus versos.

Forte abraço de um poeta que também assiste anime(risos)!

Jeferson Cardoso disse...

Olá Edson! Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.

Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha um ótimo final de semana. Abraço do Jefhcardoso!

Jorge de Barros disse...

e não adianta fugir delas... da vida, da vulva, da morte, da poesia...