Edson Bueno de Camargo
teus olhos
devastam-me a pele
como rosas heráldicas entrelaçadas
e facas feitas de espelho
cobrem minha íris de estrelas
e cacos de vidro fúnebre
cortam minha carne
em delicadeza
teus dedos
são meus dedos
e cada ponta
um dígito em fogo
sua púbis
seus pelos
marca de identidade
cada tempo
traz a hora que cobre
as colheitas do trigo
as primeiras uvas
as construções antigas
todos os reis são para sempre
e mergulham um dia
no esquecimento
a velhice
é mergulhar em olvido
cada dia
distante de nós mesmos
Nenhum comentário:
Postar um comentário