Edson Bueno de Camargo
este redondo sol lua
que mergulha lento
no concreto
dos limites de meu olho
veste-se de lágrimas cinzas
e sangue seco
céu de contrafortes
grande muralha
que afasta
os vivos dos mortos
sonho com arroz
que se derrama
e uma grande mesa com carne e vinho
servidos
os touros galopam
de assalto
cascos em chamas
asfalto que afoga a noite
o carisma dos esquecidos
forro meus olhos
do medo líquido
minha mão branca
coleção
de almas penadas
e o nariz em sangue
no ar seco do deserto
que estão estes dias
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