domingo, 3 de janeiro de 2010

unhas de anzol

Edson Bueno de Camargo



sempre é
o primeiro passo

a lua cheia
arredondando o espaço da noite

sempre a gota de suor
suspensa no suspiro
o ar que volta
com tristeza dos pulmões
(e a plenitude de uma plêiade
dentro dos olhos)

o gato velho
com unhas de anzol
arranha o telhado
sobressaltando a aranha em solidão do escuro

a chama que é lembranças
ainda teima sob as brasas
ainda pode queimar

:

ardemos a pele e os pelos
e choramos pesadas lágrimas
que lavram o diamante de uma ausência
(a minha ausência)

:
um dia
meus olhos foram meus aliados
hoje me enganam

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