Edson Bueno de Camargo
sempre é
o primeiro passo
a lua cheia
arredondando o espaço da noite
sempre a gota de suor
suspensa no suspiro
o ar que volta
com tristeza dos pulmões
(e a plenitude de uma plêiade
dentro dos olhos)
o gato velho
com unhas de anzol
arranha o telhado
sobressaltando a aranha em solidão do escuro
a chama que é lembranças
ainda teima sob as brasas
ainda pode queimar
:
aí
ardemos a pele e os pelos
e choramos pesadas lágrimas
que lavram o diamante de uma ausência
(a minha ausência)
:
um dia
meus olhos foram meus aliados
hoje me enganam
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