domingo, 3 de janeiro de 2010

lembranças baças

Edson Bueno de Camargo


e tudo que
trago
são esboços de infinitos

cadernos brancos
carregados de água
e o grafite fóssil da primeira palavra

na nespereira
as orquídeas falam
mais um ano se passou
e estamos a mais um passo do fim

agora que entornam lembranças baças
de maçãs verdes
e maços de sempre-vivas
ladeando degraus vermelhos

lembrar é morrer de novo
e contar com isso sempre

“a nostalgia é uma espécie de suicídio”
a inércia também

3 comentários:

Eliana Mora [El] disse...

se
tudo o que descreves é o que vem a ti
ó benção!

se
"lembrar é morrer de novo"
o que fazemos todos os dias?


beijo, amei
El

nydia bonetti disse...

É tudo que trazemos...

Tua poesia é maravilhosa, Edson. Como demorei tanto para encontrar teus blogs? :)

Abraço.

Edson Bueno de Camargo disse...

Sintam-se a vontade, esta é nossa casa.

Sempre há alguém para ser conhecido, um novo poeta a ser lido, não vivemos o suficiente, mas não faz mal tentarmos.

Abraços poéticos.