domingo, 6 de maio de 2007

para o abismo

Edson Bueno de Camargo

crio borboletas com os olhos
quais às vezes dependuro em janelas para o abismo

e recorto o orvalho
em jarras de alabastro

e carrego os contrários
em minhas costas

as vidas que vieram a minha casa
recebi todas
ao meio dia foram embora
minha casa ficou sem vida

eis que tudo ficou
o sentido
a casa
as borboletas
e o orvalho

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