terça-feira, 11 de abril de 2006

o cal

Edson Bueno de Camargo

mais uma vez
o cal
cingindo de branco a parede de meu destino

o branco de ilhas gregas ao cair da tarde
moinhos de sal ao sol a pino
pás de vento braços monstros
neve que nunca verei

anônimo
autômato andando entre gentes

o carvão, a pena, a tecla, o medo
recusa a plataforma de celulose alcalina
ou na tela uma virtualidade tão enganosa
um cursor intermitente
acusando a impaciência do texto

Nenhum comentário: