Edson Bueno de Camargo
ando sob o minguante
firmamento de escuro azul aveludado
abriga esta noite infinda
de cabras de pés de cobre
facas de aço vegetal
que crescem dentro de pedras vivas
ósculo orgânico dos confins da terra
fala com a língua de diamantes
( e tudo conspira o universo)
palavras de alabastro
palavras petrificadas
palavras borboletas
com asas lâminas de vidro
palavras runas
a contar os destinos
esta noite
dormir como um anjo
asas pregadas na rocha do precipício
sangrando pelos pés
4 comentários:
acho que você só se encontrou neste poema mesmo na última estrofe, que está fantástica.
abraço poeta
Assim vivemos, à beira do precipício, as palavras como asas - mas como são frágeis, as palavras. Entanto, continuamos. Entanto, voamos.
As palavras nos salvam ou nos atiram de vez no precipício.
Grande abraço.
Poeta, que riquezas de expressão e manuseio com os elementos todos que fazem a alquimia da palavra nos teus versos... vertem as asas do anjo em nós, quando lemos, à beira desse precipício que se torna nosso próprio olhar diante do texto!
Um grande abraço.
Katy.
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