sexta-feira, 8 de julho de 2011

lâminas



Edson Bueno de Camargo

ancoro estas utopias
em asas de borboleta
hastes duplas
delicadas
e precisas
como lâminas de cortadeiras

meus olhos já foram inundação
e secaram tantas outras vezes
(e medraram nos esquecimentos)

açude pisado no barro
das estrelas desta noite

respire o frio possível
no ar da alunagem

(as rãs
em concerto
vigiam a nova prole)

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