segunda-feira, 21 de setembro de 2009

indiscutível

Edson Bueno de Camargo


há um desenho
perfeito em teus olhos
de acumular pedras da estrada
e icebergs a deriva

água pura
a salvo
para que se tome
um chá de gosto indiscutível
antes de se morrer

7 comentários:

Rafael Medeiros disse...

"Talvez estejamos escrevendo nosso testamento em cada poema. Cada poema seja uma pequena carta suicida."

Nós e estas flores do mal...

Adrianna Coelho disse...


Indiscutível é a beleza desse poema, Edson. Há um desenho perfeito também nele, antes do ponto final.

Daufen Bach disse...

Edson meu caro!

que coisa magnífica é tua poesia. estive passeando pelo blog, adicionei-me como seguidor para nao perder o rastro.

tudo de muito bom gosto.

Parabéns! Muitissímos Parabéns!

daufen bach.

andrade jorge disse...

Edson, andei, circulei, neste imenso jardim onde se respira arte. Adorei estar aqui.

Adrianna Coelho disse...


Voltei e tive vontade de comentar esse lindo poema. Quando entrei, vi que já tinha comentado.
Mas é lindo demais!

José Carlos Brandão disse...

Gostei da ideia do testamento, lançada acima. É o que sinto quando escrevo. E a ideia da carta suicida? O não dito, o não querer partir, sempre há uma palavra mais, um recado, uma euforia (encontramos o sentido da vida, no sair dela). É de se afogar.
(Escrevi aforar em lugar de afogar. O verbo não existe, mas deveria, é mais uma possibilidade de imagem - de poesia.)
Abraços.

Edson Bueno de Camargo disse...

Lutamos como loucos para não se afogar, a palavra muitas vezes é a tábua de salvação que mal flutua.

Se os verbos não são suficientes, os inventamos.