sexta-feira, 18 de setembro de 2009
tenho sapatos rotos
riscados de pedra e ladeira abaixo
tenho sapatos de pedra branca
e a terra insalubre de minha infância
o saibro que se desfazia ao vento e a água
e da infâmia acústica de meus ouvidos
tenho os pés lavados de agora
na torneira da chegada
e asas de santo vagabundo de estrada
tenho a beatitude do agora
e o medo obscuro que nunca me chegue a morte
tenho asas dobradas dentro de sapatos rasos
rasgadas à seda de uma lágrima
calçados de caos e areia diluviana
antes a dúvida perturbadora
dos incensos e sírios nas igrejas
da fé não respondida
à certeza que carrego agora
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2 comentários:
meus sapatos gastos
trazem nas solas o caos
e a fé nas asas
pés desnudados
a ver ouvir pensar
Leonardo
música, poesia
algo me sussura
que temos por onde andar
beijo
El
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