Edson Bueno de Camargo
“se vis pacem, para belum”
máxima militar romana
a cova se mede a palmo
7 (sete) no plano das coisas precisas
o leite se entorna no branco
como branco é corpo do olho
(onde minúsculas veias
parecem a bacia de um rio)
como é branco o topo das nuvens
e das altas montanhas
carregam água além de segredos
carregam a memória do gelo
não é leite apesar de ter cor
quando busco
(também em mim)
a poesia
esqueço a rima, a calma e o clima
pressinto no ar o dilúvio
pedras no chão precipitado
granizo da barrigas das nuvens
quando entorna do branco no negro
derrama a chuva e o sagrado
segreda o tempo e a cor
Nenhum comentário:
Postar um comentário