sexta-feira, 28 de julho de 2006

“para belum”

Edson Bueno de Camargo

“se vis pacem, para belum”
máxima militar romana

a cova se mede a palmo
7 (sete) no plano das coisas precisas

o leite se entorna no branco
como branco é corpo do olho
(onde minúsculas veias
parecem a bacia de um rio)

como é branco o topo das nuvens
e das altas montanhas
carregam água além de segredos
carregam a memória do gelo
não é leite apesar de ter cor

quando busco
(também em mim)
a poesia
esqueço a rima, a calma e o clima
pressinto no ar o dilúvio

pedras no chão precipitado
granizo da barrigas das nuvens
quando entorna do branco no negro
derrama a chuva e o sagrado
segreda o tempo e a cor

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