domingo, 23 de julho de 2006

aforismos

Edson Bueno de Camargo

o chumbo
pingando lento
gota a gota
a recolher

uma colher
adicionada
sal do metal

observar no cadinho
rara transmutação

descansar no vazio
opaco
de uma noite sem lua

recolher toda chuva
num copo de alpaca

galhos de carvalho
se dobram
para criar a resistência

novas moedas
brilham moendas
de vidro sal

cal de fundição
o piso úmido
a lama breu
amalgamada a dedos pés

os corvos aludem
aos sinos da catedral
retalhos de pedra
vergam a assinatura do obreiro

há um sinal calado
retido na memória líquida
dos aforismos

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