Edson Bueno de Camargo
o chumbo
pingando lento
gota a gota
a recolher
uma colher
adicionada
sal do metal
observar no cadinho
rara transmutação
descansar no vazio
opaco
de uma noite sem lua
recolher toda chuva
num copo de alpaca
galhos de carvalho
se dobram
para criar a resistência
novas moedas
brilham moendas
de vidro sal
cal de fundição
o piso úmido
a lama breu
amalgamada a dedos pés
os corvos aludem
aos sinos da catedral
retalhos de pedra
vergam a assinatura do obreiro
há um sinal calado
retido na memória líquida
dos aforismos
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