quinta-feira, 6 de outubro de 2011

os anjos e os santos




Edson Bueno de Camargo

os vidros
bebem os reflexos do dia
lento
a luz se extingue

ai os anjos e
os santos espreitam
nas encruzilhadas
observam atônitos
o medo disforme dos esquecidos
a boca escancarada e sem som

o prédio é música diatônica
o canto da grama crescendo
a primavera está por todos os lados
flores urbanas enfrentam a morte

lacônico
o Sol não responde
as perguntas tortas desta tarde
e a figueira descansa seu sono dos dias

o cromo das costas dos dedos
as romãs foram esquecidas

o velho se repete no novo
de forma indefinida e definitiva
(na memória tudo mente)

Um comentário:

Máh disse...

Edson, vim conhecer seus escritos, enfim cheguei, rs!
Já me prendeu nos primeiros versos, Grande abraço!