Edson Bueno de Camargo
os vidros
bebem os reflexos do dia
lento
a luz se extingue
ai os anjos e
os santos espreitam
nas encruzilhadas
observam atônitos
o medo disforme dos esquecidos
a boca escancarada e sem som
o prédio é música diatônica
o canto da grama crescendo
a primavera está por todos os lados
flores urbanas enfrentam a morte
lacônico
o Sol não responde
as perguntas tortas desta tarde
e a figueira descansa seu sono dos dias
o cromo das costas dos dedos
as romãs foram esquecidas
o velho se repete no novo
de forma indefinida e definitiva
(na memória tudo mente)
Um comentário:
Edson, vim conhecer seus escritos, enfim cheguei, rs!
Já me prendeu nos primeiros versos, Grande abraço!
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