Edson Bueno de Camargo
usina de crivos na carne
onde cravos vermelhos enflorescem
os fragmentos de respiro da terra
a fusão entre o fogo e o cisma
o claro espaço entre átomos
estes distantes quando estrelas
e nossas retinas a capturar esta luz tão velha
o discreto sussurro da matéria
fundida a frio e no escuro
reine o homem sobre a sua cabeça
e a mulher sobre a cabeça do homem
e um colado à planta do pé do outro
as coroas de espinhos e farpas
as palavras em fogo e água
há um vento incrustado às entranhas
um pedaço de carvão mineral e purificador
que derrame letras sobre o papel em branco
o abismo derradeiro e verídico
o espelho de almas pelo olho do outro
sem nunca saber se fitar
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