quinta-feira, 7 de setembro de 2006

grãos de peso zero

Edson Bueno de Camargo

o livro vermelho
solidão sobre a mesa
(quanto tempo?)

a poeira secular
denuncia o medo
que espreita

rosas brancas ofertadas
o velho cínico ainda cora
em suas confissões de quase adolescente
lúbrico espera resposta que não encontra
fabular dá menos trabalho que a verdade
e tem sido um bom vinho

seu novo temor é ancestral
é o de entrar na ancestralidade

cortinas de ódio são urdidas
de outra feita o cosmos despencaria
se constitui em
grãos de peso zero em suspensão
iluminuras a fogo de tocha e velas de cera de abelha
o ouro queimado
o azul vegetal

Nenhum comentário: