Edson Bueno de Camargo
não me permitam tocar as teclas
deste piano
esta agourenta ave branca
e seu ramo de oliveira no bico
o sono azul das velas
queimam águas dispersas
o deus velho arranca suas barbas
diante do inevitável luto
o novo acaso ri as escâncaras
a minha outra noiva
está dentro de mim
e seu retorno será a maré
que todo deserto deseja
esvaziemos garrafas verdes
e esqueçamos a noite
em pequenas taças chinesas
quando se bebem estrelas
lambendo a borda de espelhos
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