sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

figos verdes

Edson Bueno de Camargo

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guitarras flamencas
tocam no verniz de pires brancos
servidos figos verdes e creme

folhas de menta cavalgam o colo
de insetos notívagos
entre as romãs de rubra semente
que seriam azuis em outra ocasião

romãs e figos maduros
são sexos femininos
tomados de carinhos extremos
se desmancham em gotas de deleite
ao calor tórrido dos trópicos



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úteros são flores
que nasceram para o interior da alma feminina
cujo os homens perdem no feto

somos viragos noturnos
esperando a cópula e a morte
não antes sem a lubricidade dos orgasmos
lembranças úmidas do conforto de nossas camas

teu beijo é uma galáxia
e caminho para a extinção negra e sem saída
cada vez que amo
este teu pedaço do princípio de tudo
reforma a ordem das coisas
cria e se extingue mais um universo

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