Edson Bueno de Camargo
a chuva é fantasma
esta tarde
(e todas que a sucederão)
e tudo se dilui
nesta água que não existe
onde deslizam naufrágios de planadores com dois pares de asas
e cortes profundos na superfície
no entanto
é líquida
e se cicatriza
Um comentário:
O poeta/ícaro perdeu as asas,
restaram-lhe as cicatrizes.
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