terça-feira, 21 de novembro de 2006

fiandeiras.

Edson Bueno de Camargo


trezentas fiandeiras e suas rocas

fiam que fiam o rio em azul

esticam sua margem em veias nervuras

e cardam o fio de tecer o futuro

trezentas tecelãs e suas lançadeiras

tecem que tecem o horizonte

o azul vai se misturando ao ouro

e tramam o tecido de água e céu

trezentas costureiras e suas tesouras

cortam que cortam o pano azul

costuram o céu com linha e agulha

e para suas filhas cozem vestidos

trezentas meninas e suas brincadeiras

dançam que dançam em seus ornamentos

vergam trajes azuis que lhes acondicionam

e vestidas de água passeiam no ar

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