Edson Bueno de Camargo
dependurados ossos meus
brincos grotescos de grito
salgueiros sem folhas
manto vegetal e estéril
comer inumano
inumados
imóvel cantoria de gemas preciosas
arados de ametistas
rasgam o ventre apodrecido
e fértil aos germes
sintoma de medos e calafrios
fantasmas analógicos
percorrem análogas alamedas
que vazias
consultam o vozeio de ausências
surge o novo cântico
o primeiro passo outra vez
meus ossos balançam com o vento
a corda podre ameaça romper
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