Edson Bueno de Camargo
quando a folha pássaro
cortou os cordames
que intuíam o fluxo do fogo
sob às águas
senti que queima a pele nova
e pelos eriçados
como pergaminho envelhecido e seco
a antiga jaz sob a sombra
de carvalhos e florestas
liquefazem os sentidos
ácido cristalino sob a íris
quando cristais de cálcio se precipitam
carvão atmosférico
dor intermitente
há algo de divino
quando sorris com luz a boca
quando dormis vestida de pelos
sob lençol que não te esconde nada
e eu que observo
como fauno que deseja uma Deusa
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