Edson Bueno de Camargo
batem à porta e não serão atendidos
os nós do carvalho soam como sinos de bronze
há um corvo morto no jardim
que deixará de assombrar meus sonhos
tulipas maduras são hélices de fogo entreabertas
como vôos de andorinhas canadenses
atravessam o continente até a porta de minha casa
nas árvores com flores amarelas em minha rua
três cavalos negros e paramentos militares
três cavaleiros alinhados portando sabres
bandeiras de guerra
em carros de ferro e rodas ruidosas
crianças bradam sua liberdade
sem perceber o incômodo que não cansam
o asfalto das vias que se continuam
paralelas em algum ponto se interromperão
o brilho da couraça do besouro
a fuligem de suas patas
conduz a precipitações metálicas da serena tristeza da noite
quando em Berlin clarinetes conduzem arrepios
o frio estridente da Alexander Platz
4 comentários:
Ahh.. qual é...!
Só versos chapados? E cadê a tua prosa?
Adorei. =)
O mais impressionante nesse poema é como absorve pensamentos inimaginados, como traz até ao orifício mental as idéias de forma tão concreta.
Até mais.
- já adicionei aos favoritos, e se puder deixar um link no meu blog, me avise.
Que fique claro que só poemas são chapados, estou careta a bastante tempo, sóbrio de substancias químicas, esta fase já passou em minha vida. É claro que o juízo e a razão já se perderam na Voz do mundo a muito tempo.
Estou pensando em fazer um blogue só com prosa, no entanto esta é mais rara e escassa.
é que a gente fica com o fiandeiras cravado na cabeça e espera outro igual.. rs. É o vício. Muito bom experimentar poemas novos. Essa semana teu livro chega em goiania de presente pra uma velha amiga de faculdade...
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