Edson Bueno de Camargo
se sair o Enforcado
me recuo a lê-lo
mesmo que em certa medida
funcionar como libertação
mil vezes me caiu a morte
outras centena a coroa de fogo
que porta a Imperatriz
o futuro lento e poderoso
cheira a pó de ossos
moídos num moinho velho e carcomido
com suas pás movidas pelo tempo
conheço o velhinho insano
que alimenta o fogo
como a palha seca
e cabelo humano
que mistura o cal
em argila mole
molda peça a peça
e cozinha em fogo preguiçoso
ai de quem comer
deste pão feito de mortos
será condenado a escrever poesia
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