Edson Bueno de Camargo
espirais cobrem meu corpo
despencam helicoidais
ideogramas/nanquim/pincéis
tatuagens
não breves sinais
rufar de tambores
febre cerebral/enxaquecas
furor
humor e tumor
dores fatais
não sei quanto tempo
sentado na praça
contando cachaça
bebendo desgraça
sem você
sou vazio e sem cenho
criança sem colo da mãe
me lembro quando amar
não doía
pérola na língua
vermelho carmim
agora carrego um olhar flutuante
choro lendo hai-kais
chuva sobre bambuais
tensão de garoa
uma lata vazia flutua no ar
um dia ouvi alguém que esqueci
sussurrou
em japonês
amor
se diz – ai –
Nenhum comentário:
Postar um comentário