segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

novas palavras

Edson Bueno de Camargo


não inventario novas palavras
estas me inventam
com boca de sede insaciável
e primaveras com dentes

as letras são códigos completos
cada uma
carrega um poema vítreo
olhos de peixes fossilizados
em complexidade

toda a palavra é criação
desde o princípio de tudo
até o último suspiro da matéria escura

desde a água vermelha
que me completa
até as pedras calcárias
produzidas em meus rins

Um comentário:

José Carlos Brandão disse...

Às vezes acordo com as palavras grávidas de mim. Às vezes nasço. Outras, morro - ou quase. Viver é uma impossibilidade, que as palavras resgatam.